quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

galera, como vocês podem perceber aqui do lado, tive problemas com o layout. HIOAHSDQIOA

então, migrei para o wordpress. estou me entendendo melhor com as coisas lá

http://decifrandodelirios.wordpress.com/


esse blog aqui ficará inativo.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Tirando a poeira do blog, rs

A maravilhosa lógica da falta de lógica na felicidade



É assim que as coisas começam a descambar.

Sem que você perceba, de repente, tudo foge ao seu controle: o feio ficou bonito, o interessante virou monótono e até o verde virou azul. O inesperado virou cotidiano. O inferno ficou menos quente. O tédio virou saudade.

Já não dá mais para agarrar o mundo inteiro com uma só mão. Aquela faísca que fica dentro da gente começa a brincar de esconde-esconde com o pensamento racional. E aí, então, tudo se perde de vez. A gente se perde pra talvez nunca mais se achar. Mas quem disse que é ruim? Se a gente não se acha, tem quem nos ache. E cuide. E queira.

Subitamente, a sensação de impotência vai se transformando em uma deliciosa entrega, um indecifrável delírio do qual não dá vontade de acordar. Estar lúcido não vale a pena quando o sonho não é só seu. Gostoso mesmo é ficar sozinho junto, passar calor abraçado, se lançar no mar aberto, no espaço sideral. No escuro. Os olhos vendados, que é pra enxergar somente o que está dentro da gente. O que está de fora, bem, é exatamente isso está de fora.

Quero mais é gastar minha razão com coisas à toa, como o porquê do azul ser azul. Ser feliz sem motivo. Quebrar um copo de propósito só pra sentir aquela vontade incontrolável de rir na hora da bronca. Viver a vida agora. O passado que fique lá mesmo, criando poeira e raízes. E o futuro, nada sei dele. Nem quero.

É assim que as coisas começam a descambar. E não é que é bom?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Post duplo!

Como vocês são uns queridos, vou publicar hoje dois textos. Sintam-se livres para comentar ambos, um só, ou nenhum, se preferirem! Haha, vocês que mandam aqui<3 E obrigado mesmo pra todo mundo que lê e comenta os textos, vocês são demais!



Canteiro dos raios etéreos


Sinto-me seguro quando a luz pálida da manhã vem invadir meu canteiro de abóboras. Acomodo-me ao lado do poço que tem ali perto e assisto o sol tomar posse do céu, reivindicar seu território. E então, sou envolvido por seus raios que me acalentam; raios mornos e com cor de sem-cor; raios suaves e etéreos como a fumaça que exala do café que bebo enquanto a aurora me embala.
Assisto às abóboras despertarem junto com o dia, com seu laranja-vivo, sempre paradas, sem reclamar de calor ou frio, claro ou escuro. E faço como elas: deixo-me levar pelo dia, observando a penumbra e as pesadas sombras e mágoas da madrugada irem embora.
De repente, sem aviso nenhum, vem uma nuvem e cobre meu sol. É a única situação em que as abóboras parecem se debater. A impiedosa nuvem leva embora meus raios de conforto, meu cobertor invisível de todas as manhãs.
Meu café fica amargo, o vento passa do ameno para o frio e cálido. Meu abraço etéreo de todos os dias evanesceu no ar.
Traga de volta minha proteção incorpórea. Também as abóboras a querem.



Castelo constante

Desempacoto livros velhos e assopro a poeira deles. Memórias faiscantes de histórias intensas tomam posse da minha mente.
As palavras são meu castelo, sejam elas escritas por mim ou pelos outros. E meu castelo é onde me sinto seguro para ser eu mesmo.
Eu existo nas palavras.

Pote de abelhas.

Minhas forças estão me deixando. Sinto que preciso de alguém pra me tirar dessa casa não, preciso que tirem essa casa de mim.

Já não sei mais o que quero, se quero ou por quê quero. Sei que quero algo. Não que esse algo tenha nome, e se o tem, ainda não descobri.

Só sei ainda o que é a luz do sol porque ela penetra sorrateira e sutil pela minha janela durante o dia. Mantenho-me preso aqui talvez por vontade própria, admito , mas a vontade de sair para o vento está me consumindo e definhando de dentro para fora. Como um enxame de abelhas furiosas dentro de um pote. Não um pote de vidro; um pote de papelão: frágil e rasgável. As abelhas se agitam e se agitam, mas o pote está lacrado com grossas camadas de fita isolante.

Um dia elas sairão, pois sua força detonará o pote. Exatamente como minha essência quer estilhaçar meu corpo e ser livre para perambular por aí.

Romper o invólucro invisível que me mantém encarcerado e acorrentado. Isso é o que eu quero. Tirem essa casa de mim.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um post clichê.

31 de dezembro de 2009


Quanta coisa aconteceu esse ano. E que ano longo!

Hoje é o último dia de 2009 e eu estou com a sensação de dever cumprido na cabeça. Conheci tanta gente nova! Gente que me marcou, e que vai fazer parte da minha vida para sempre.

Nem me lembro como eram as coisas no começo do ano, antes de Março, que foi quando eu conheci o Banjo. Posso até dizer que esse ano pertence completamente a ele. De uma forma ou de outra, ele esteve presente em todos os meus dias; me alegrando, me deixando triste, preocupado, com raiva, com ódio profundo. Mesmo quando eu queria que ele sumisse pra sempre, ele estava presente nos meus pensamentos.

Esse ano, também, meus pais finalmente aprenderam a respeitar — mas não necessariamente aceitar — a minha orientação sexual. Estava mais do que na hora. Agora me sinto mais livre pra viver!

Fiz muitas escolhas erradas esse ano. Mas sempre, não importa a situação, aprendi algo depois. Me preocupei, chorei, ri, gritei, dancei, beijei, bebi, quase reprovei, surtei, me apaixonei, briguei, curti, fui cuzão, fui esperto, me dei bem, me dei mal, causei problemas, fui o problema, resolvi problemas, passei apertos, passei muito ódio, sorri muito, tive medo, ajudei, fui ajudado, discuti, conversei, abracei, esmurrei, conheci quem eu queria conhecer, adicionei ótimas memórias, fortaleci vínculos, procurei emprego, levei vários “não”, consegui vários “sim”, fui pro hospital várias vezes, escrevi, desenhei, pulei, fiz merda, fiz merda de propósito, me conheci melhor, entendi o mundo ao meu redor. Vivi intensamente.

Se fosse necessário, repetiria esse ano inteiro novamente, apesar dele ter passado muito, muito devagar!

Quero levar para sempre todas as pessoas que conheci esse ano, todas as pessoas com as quais fortaleci e criei amizade esse ano, e todos aqueles que já me são caros há tanto tempo.

Eu os amo, meus queridos! Desejo que sejam felizes, como eu fui esse ano, em 2010! E de todo o meu coração, do fundo da minha alma, fica o meu obrigado por tudo que fizeram por mim, desde as risadas e conversas inúteis, até os momentos sérios, broncas e conselhos. Vocês fazem parte da minha alma, da minha essência, da minha mente, do meu corpo e da minha vida.

Feliz 2010!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

#musicmonday 2009!

Bom, como eu disse no twitter, colocarei aqui todas as músicas que marcaram o meu ano de 2009. Acho que vale a pena dar uma olhada. De repente rola uma identificação etc <3

Ida Maria - Oh My God
Para aqueles momentos em que você se imagina encontrando alguém que sempre sonhou em conhecer, para quando se imagina junto de quem você gosta, para todos os momentos mais divertidos e intensos no geral!


Pink - Funhouse
Sabe quando você quer lembrar daquelas coisas loucas que você fez durante o ano todo? Rola até uma nostalgia.


Jessie James - Wanted
Liberte a vadia louca que existe em você! Essa foi a música que eu ouvia quando me sentia, er, nasty. HIDOSAHDIO


Pink - Please Don't Leave Me
Acho que quem me conhece, sabe da minha história e tal, e lê a letra dessa música, com certeza vai entender porque ela é tão especial pra mim <3


Panic! At The Disco - New Perspective
Ouvir essa música olhando para o alto e vendo a chuva cair no meu rosto totalmente sincronizada com o ritmo da música foi uma experiência incrível, intensa e insubstituível. Essa é aquela pra se ouvir quando se quer ter a sensação de liberdade incondicional! *-*


Mutantes - Panis et Circenses
Retrô é conceitual -s


Por enquanto, são essas. Nos próximos dias, vou lembrar de mais músicas, já que agora a minha memória de peixe não me permite pensar mais do que isso. Aguardem :D


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Prelúdio da tempestade.


Estávamos nós dois no parque. O lago nos brindava com o reflexo do céu mais azul e limpo que, sempre infinito e constante, pairava sobre nós, observando tudo com sua calmaria incomensurável. A grama baixa e verde-esmeralda sustentava o peso de nossos corpos e da nossa conversa, sem reclamar, exatamente da mesma forma que eu carregava na minha mente e nas minhas costas tudo que sentia por ele, por aqueles olhos e por aquele coração tão gentil e acolhedor.

— Por quê? — A pergunta dele aniquilou o silêncio como um raio que corta os céus, o prelúdio de uma tempestade devastadora.

Senti minhas maçãs do rosto, sempre com aquele branco marmóreo, ficarem mornas e enrubescidas.

— Por quê? — Repeti para mim mesma mentalmente enquanto morava nos olhos dele, perfeitamente castanhos e cientes do que estava acontecendo.

O tempo andava insanamente devagar. Cada segundo que eu me perdia no olhar eternamente doce e tranqüilo dele era como um milhão de facas, espadas e lanças perfurando meu coração. Eu não sabia como seria dali em diante.

— Por favor…

— Por favor, não fale mais. — Pedi.

A voz rouca e preguiçosa dele ecoava na minha mente, ocupando cada mínimo espaço que eu tentava reservar para os meus pensamentos, antes que eu enlouquecesse. Eu estava ficando sem defesas.

Bateu um vento. O perfume da pele dele, que tanto agradava aos meus sentidos, me dominou por completo. Fiquei, naquele momento, deliciosamente entorpecida.

Ele me estudava, tentando sondar minha expressão que, imagino eu, era indecifrável. Meu olhar estava fixo no espelho d’água a nossa frente, que assistia a tudo sereno e emudecido.

Começava a entardecer. O sol lançou sobre nós seis raios alaranjados à medida que o céu começava a ficar tingido de púrpura. O tempo passava de forma sutil, nos envolvendo em seus amplos e maternos braços, mostrando que não era nosso inimigo.

Vi-me perdida novamente no espaço infinito e abstrato ao qual aqueles olhos de sol intenso davam lar. Eles estavam estáticos também, beijando os meus com sua beleza fulgurante. Convidavam-me a penetrar na mente dele e de lá fazer parte permanentemente. Exatamente como eu queria.

Abaixei meu escudo, sempre tão forte e intransponível, e me deixei levar de uma vez por todas. Depois disso, o tempo arrebentou, sem pensar, as grossas correntes que o estavam prendendo e correu com uma velocidade furiosa e intensa, como um leão que avança instintiva e ferozmente ao avistar sua vítima indefesa.

O céu tomou um tom rosa-perolado e laranja morno. O vento era prateado, leve e fresco. A relva ficou ainda mais verde e macia. Tudo a nossa volta girava freneticamente e ficava mais vívido, mais real. A própria realidade parecia se curvar para nos abraçar e proteger. A natureza dava sinais de aprovação e satisfação.

Ele havia me beijado.